domingo, 18 de abril de 2010

asas sem mim
Era Agosto e eu olhava o céu. Com uma mão a proteger os meus olhos, descobri um falcão nas termas de ar quente. Cada vez mais alto ia no seu voo até que, com um horripilante berro, desapareceu.

Imediatamente senti-me abandonado. "Por que tens asas e eu não?", eu murmurei. Neste momento o meu espírito disse: "O caminho do falcão não é o único. O teu pensamento é tão livre quanto qualquer pássaro." Então fechei os olhos e o meu espírito levitou, girando até onde estava o falcão, depois mais além, para que visse o mundo todo. Mas algo estava errado. Por que me sentia tão frio e sozinho?
"Tens asas e eu não", disse o meu coração. "Qual o valor da liberdade sem amor?" Então, silenciosamente, fui à cama de uma criança doente e cantei uma canção de embalar. Ela adormeceu com um sorriso e o meu coração levitou, juntando-se ao meu espírito que circulava a terra. Eu estava livre e a amar mas ainda havia algo de errado.

"Tens asas e eu não", disse o meu corpo. "Os teus voos são só imaginação." Então li livros, que antes tinha ignorado, e li sobre santos de todas as épocas que realmente voaram. Na Índia, China, Pérsia e Espanha (até em Los Angeles!) , o poder do espírito alcançou, não só o coração, mas todas as células no corpo. "Como se carregada por uma grande águia", disse Madre Teresa, "o meu êxtase puxou-me para o ar."
Comecei a acreditar nesta proeza surpreendente e, pela primeira vez, não me senti esquecido. Eu era o falcão e a criança e o santo. A meu ver, as suas vidas são sagradas e alcancei a verdade: Quando toda a vida é vista como divina, todos ganham asas.

ESSE POEMA E Michael Jackson

livro "Dancing The Dream - Poems And Reflections"

1992

A TODOS COM CARINHO BEIJOS....

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