domingo, 15 de julho de 2012

GOSTO DE SAUDADE

Não sei se saudade tem cor.
 Dizem que sim.
 O que eu sei é que ela tem forma.
 Tem gosto. Tem cheiro.
 E peso também.
 E acredite, ela tem asas!!!
 Se não, como nos transportaria
 tantas vezes a lugares tão distantes?
 E sei ainda que ela se agiganta
 quando mais tentamos diminuí-la.
 Sei que ela dói de dor  intensa e sem remédio.
 Se não fosse ela, não sei se teríamos consciência
 do tamanho da importância das pessoas pra gente.
Porque quando amamos alguém,
 a saudade já chega por antecipação, sorrateira,
 disfarçada de algo que não conseguimos decifrar.
É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba
 que nos invade só de imaginar a separação.
 E a gente fica meio sem saber o que fazer.
Mas é assim...
 É uma dor que gostamos de sentir, um sabor que
 queremos provar, é algo que não sabemos explicar,
 mas é quase palpável.
É amor disfarçado de muita coisa.
 São emoções guardadas bem lá no fundo.
 Saudade... Do que foi e do que vai ser.
Saudade que nos acompanha pra diminuir a solidão
 e que nos mostra, sobretudo, que estamos vivos.
Aprendi ainda que saudade não mata.
 É só quase.
 A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre,
 porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa
 que chamamos de esperança, que nos ajuda a caminhar,
 porque saudade, como o amor, não é cega,
 saudade vê mais além.
(Letícia Thompson).

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