terça-feira, 12 de abril de 2011

O caminho por cima das pontes


ponte


ela não fazia idéia de que jamais cairia desta ponte, e que a mão que a seguraria naquele momento seria a mesma que iria a conduzir todos os dias da sua vida. E que aquele sorriso com ar de: “cuidado garota!”, estaria presente por mais dias que o imaginado.
Ela não fazia idéia do qual rendosa seria esta historia e quão perigosa e atraente era a travessia. Mas de uma coisa tinha a certeza, que queria por toda eternidade ao seu lado aquele que lhe estendera a mão quando via diante de seus olhos a imensidão daquele abismo.
E quando seus olhos cruzaram em sintonia com os dele, era tudo muito imenso, pois enquanto os dois caminhavam em direção um do outro todo o cosmo estava parado ao ver aquele encontro tão planejado, assim parecia.
Cumprimentaram-se, finalmente, e tudo pareceu ser muito perfeito. Ela conseguiu notar que tudo era tão fatal e perigoso, que duas opções lhe vieram a mente de imediato, ou sairia daquela situação ou deixar-se-ia consumir por tudo que estava sentindo e vivendo, e esta ultima opção apesar de incerta lhe pareceu bem mais segura.
E de mãos dadas começaram a trilhar um caminho que ambos não sabiam onde daria o fim da estrada. Mas seguraram as mãos. E as distancias que apareciam quando as pontes acima dos rios começavam a separá-los, os tornavam ainda mais inseparáveis. Até distantes, um era a salvação do outro. E todos os reencontros sempre iguais ao primeiro encontro. E cada olhar fagulhava-lhes o desejo de estarem sempre mais juntos, mais próximos.
Realmente ela não imaginou que se salvaria daquele abismo, agora bem acima de tudo, podia correr de braços dados ao vento e sorrindo, pois toda estrada, todas as direções são seguras, tudo porque ele a salvou ao tocar sua mão e arrancá-la daquele final que seria triste e quem sabe cômico. Nada mais é aterrorizante quando um toque liberta das prisões e um olhar oferece a certeza que tudo é seguro. (Cristina Lira)



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