Não pedi que me encontrasse, nem que estivesse na esquina mais próxima
depois daquela curva - você sabe, aquela curva que passa entre o caminho
desenhado pelos nossos dedos cansados dos rascunhos mal feitos -
marcada com tantas idas e vindas mas também com o esplendor de quando a
primavera anunciava a sua chegada, com a mistura tenra de cores e o
balançar voluptuoso dos arbustos dominados pelo sopro agradável do
vento. Você sabe que prefiro os caminhos mais curtos, as lembranças mais
recentes e as curvas mais conhecidas - mas não ''aquela curva'' -
porque sei bem o que existe antes dela, mas e depois? O depois é sempre
um misto do mistério da descoberta cercado por caminhos bagunçados,
formando um labirinto como nos antigos castelos medievais. Desses
caminhos eu tenho medo, se entrar não sei achar a saída. Vou me perder
nos arbustos de arame farpado disfarçados de arco íris, e aí meu bem....
aí não me acho mais... Por isso vou mudar de caminho, nada de curvas,
só linhas retas, aliás, isso facilita as minhas escolhas - você sabe,
não sou boa com caminhos, com escolhas, com curvas e muito menos em
achar as saídas mais simples...
Nenhum comentário:
Postar um comentário