Abro a janela do meu quarto para ver o céu. A brisa deste pôr-do-sol faz um carinho em meu rosto, sinto tão perto de mim as pequenas mãos quentes do vento, que me embalam numa sutil dança, as canções desse bailar chamam-se saudade e solidão.
Essas notas tão nostálgicas me trazem lembranças tão boas de o quanto pude se feliz... eu tinha sorrisos sinceros, e as pessoas ao olhar em minha face podiam ver o reflexo do que se chamava ''alegria''.
Hoje a assombrosa noite parece chegar, passou-se pelas paredes amarelas de meu quarto o alaranjado do adeus solar, mais um que eu vi se despedir de mim e eu nada posso fazer.
Eu tenho medo da noite, ela me mantém presa somente a mim mesma, e quando cerram-se meus olhos eu me vejo dentro da prisão que eu mesmo criei e não sei como sair.
Eu própria me amarrei, me chicoteei e busquei o caminho que estou seguindo, agora é só tristeza que eu sei ver, é só tristeza que eu não deixo você saber.
Eu sou um pássaro, a noite me amordaça nas escuras árvores, eu preciso de galhos e abrigos pra encarar a madrugada, eu preciso de você.
Eu sou um pássaro, estou trancada na gaiola, meu canto não é mais bonito como antes, ninguém quer ouvir a minha melodia, a minha dor.
Mas um dia eu alço vôo, e vou voar pelo caminho mais bonito que encontrar. Espero encontrar você na beira da estrada e contigo dividir meus passos.
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