NÃO SEI DIZER TEU NOME EM VÃO
Eu não saberia dizer Teu nome em vão.
Primeiro,
eu não poderia dizer Teu nome,
quando tudo a dispor ou a devir não designa
em
inteireza o que Tu és. Oh Deus,
sei que se alguma palavra pudesse Te conter,
eu
não a ousaria pronunciar com os lábios meus...
a menos que minha alma soubesse
cantar
a gratidão em seus doces acordes,
a menos que minha alma já houvesse
despertado ao revés do amor
não antes do meu coração arder ao
som da primeira
sílaba desse nome,
não enquanto ainda sou virgem ao
toque macio da fé que
arrebata com tamanha suavidade.
Todavia, se porventura um nome pudesse
desanuviar Tua eternidade, como não dizê-lo em vão?
Ora, se Teu nome apenas
expõe à frivolidade toda existência
vã é a tentativa de não dizê-lo em vão.
A
despeito da vida por demais efêmera
, insisto que não saberia dizer Teu nome em
vão.
Pois a alma grata não sabe medidas ou valores.
Ela é feita sensível a menor dádiva Tua.
O
simples relance de vida a alegra, como
a uma criança risonha. Tola, entrega-se
sem pudor ao mais ingênuo dos presentes
só para assegurar-se que nada, nem
o
sorriso mais inútil, seja vão.
Se despertares
a gratidão, desnecessárias serão
as datas especiais, pois, bem logo,
toda a vida
intuirá o milagre do Teu bem querer.
Se de feito agradecidos, por certo,
fazes
cada momento fugaz
digno do Teu nome impronunciável.
Deus, as nossas forças
não são próprias,
e nossos sonhos sempre foram de Tua composição,
portanto ou
por muito menos, cada fibra do
nosso corpo bem diz ao Teu nome e, finalmente,
não
saberíamos dizer em vão o Teu nome, pois,
de modo excelente, essa incontida
gratidão
declara incisivamente aos céus: Nada foi em vão.
Te agradecemos Deus –
Castro Lins
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