sexta-feira, 15 de abril de 2011

Amor gratuito



Quem de nós nunca se perguntou acerca das razões daquela dor que sentimos, daquela decepção ou mesmo daquele relacionamento, daquela amizade que não deu certo? Quem de nós nunca sofreu com aquela ofensa nos causada ou quando a causamos? Quem de nós nunca precisou viver a humildade de voltar atrás e pedir perdão?

Quem de nós não precisa se agarrar à esperança e de forma contínua? Quem de nós entende o mistério da saudade, do sofrimento e do amor em plenitude? Quem de nós não fica triste ao vê a quem ama no mistério de suas lágrimas e com o coração em silêncio? Certamente todos, de alguma forma, somos sensibilizados por esses sentimentos. O fato é que pouco ou muito, amamos sempre alguém.

Muito mais diríamos em relação ao mundo em que vivemos no que diz respeito às suas “chagas” e às suas profundas inquietações. Muito mais fácil é fazer um discurso de condenação mas, só não podemos esquecer que há neste mundo também alegrias e esperanças. Afinal de contas estamos nos mundo, embora nossa vida deva indicar que não pertencemos a ele. Um outro reinado deve vislumbrar nossas buscas e procuras. Sim, devemos conduzir o “mundo” (digo aqueles que estão longe da esperança cristã a partir dos que convivem conosco) ao objeto da nossa “grande paixão”, ao reino duradouro, à vida de Deus. Para isso é preciso que estejamos a viver na alegria e na esperança cristã.

Só a esperança nos livra do desespero e da indiferença aos que sofrem, inclusive para com aqueles que são mais difíceis para nós. A nossa esperança é a única que não engana porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (cf. Rm 5,5). Se crescermos nesse amor, ainda que lentamente, não lançando expectativas absurdas sobre os outros, mas desejando com sinceridade que o outro seja feliz, independente dos meus interesses e projeções, certamente seremos mais reflexos do amor de Deus, amor gratuito, amor que salva. Faríamos então com que a vida dos outros fosse, no contato com a nossa, uma contínua páscoa, uma solenidade da soberania do amor. Este é o único “Amor” que não pode ser tirado ou roubado, mas ofertado gratuitamente (cf. Jo 10,18).


B J

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