Quando o sol ainda não havia cessado o brilho. Quando a tarde engolia aos poucos as cores do dia e despejava sobre a terra os primeiros retalhos de sombra.
Eu vi que Deus veio a sentar-se perto do fogão de lenha da minha casa.
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça e buscou ali um copo de água no pote de barro que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feição de homem feliz, realizado. Parecia imerso na alegria que é própria de quem cumpriu a cena do dia. E que agora, recolhe a alegria cotidiana a que Lhe cabe.
Eu olhava e pensava. Como é bom ter Deus dentro de casa... Como é bom chegar a esta hora da vida em que eu tenho o direito de ter “um Deus só pra mim”. Cair nos Seus braços, bagunçar-Lhe os cabelos, puxar a caneta do Seu bolso e pedir que Ele desenhasse um relógio bem bonito no meu braço.
Mas aquele homem... Aquele homem não era Deus. Aquele homem era o meu pai.
E foi assim que eu descobri que o meu pai com o seu jeito finito de ser Deus. Revelava-me Deus - com seu jeito infinito de ser homem.
"...Pai vc foi meu heroi meu bandido...hoje é mais muito mais q um amigo.com vc ninguem esta sozinho, vc faz part desse caminho..q hoje eu sigo em paz.." [fabio jr]
*homenagem ao meu querido pai. Feliz aniversario viu Seu Antonio!! Abrsaumm amo o senhor!
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