domingo, 29 de julho de 2012

“velhos”


 

A cada dia estamos presenciando mais e mais o descaso com o idoso. Filhos se esquecem que também ficarão “velhos” e precisarão de ajuda, assim como seus pais precisam hoje. Os pais se tornaram um estorvo e muitas vezes são jogados em um asilo, sem carinho, atenção ou um gesto de amor. Devemos ter cuidado com tais atitudes, pois a lei que rege o universo é a seguinte: tudo que fazemos, seja para o bem ou para o mal, receberemos em troca.
Lendo um conto, me surpreendi, com tamanho desprezo de um filho para com o pai, que foi morar em sua casa. Lá moravam, filho, nora e um netinho de quatro anos de idade. A família sempre se reunia para fazer as refeições à mesa, mas as mãos tremulas e a visão falha do avô, o atrapalhavam na hora de se alimentar. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão e quando pegava o copo, o leite era derramado na toalha de mesa. O filho e a nora irritavam-se com a bagunça. “Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai”, dizia o filho. “Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo de boca aberta e comida pelo chão”. Então eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali o avô comia sozinho, enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o “velho” quebrara um ou dois pratos, a comida passou a ser servida numa tigela de madeira. As únicas palavras ditas a ele eram admoestações ásperas, quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de quatro anos assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente a criança: “O que você está fazendo”? O menino respondeu: “Ah, estou fazendo uma tigela de madeira para você e a mamãe comerem quando eu crescer”. O garoto de quatro anos sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então as lagrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente o conduziu à mesa. Daí para frente e até o final seus dias ele fez todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a nora não se importavam mais quando um garfo caia, com o leite que era derramado ou com a toalha de mesa suja. Lembrem-se sempre atitudes ríspidas hoje, poderão te condenar amanhã. Pense muito bem antes de negar amor, carinho, respeito e amparo aos seus pais, pois amanhã poderá ser a sua vez de ser rejeitado. Portanto: “Oriente a sua mente e mude a sua vida”.

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