A estrada para a longevidade do amor tem que sempre haver algo em especial, algo novo, algo que nos prenda, nos surpreenda...
Compare o amor a uma estrada que liga dois lugares distantes. No início,
tudo é novo, o asfalto, a paisagem, as cidades que margeiam a rodovia, e
as pessoas que vamos encontrando pelo caminho.
Como tudo é novidade nas primeiras viagens, nós nos desligamos um pouco
das responsabilidades e do bom senso e vamos apreciando a paisagem com
aquele encantamento que quase nos cega, fazendo da viagem um roteiro até
perigoso.
Depois de algumas viagens, começamos a conhecer um pouco melhor essa
estrada e os buracos começam a aparecer no asfalto, o mato começa a
crescer nas laterais.
O caminho começa a ficar mais “automático” que prazeroso, afinal de
contas, você faz aquele mesmo caminho todos os dias, já sabe de cada
curva, cada placa, cada quilometro e parece que não existem mais
novidades de um ponto ao outro.
A traição é comparada aos encantos de uma nova estrada que foi recapeada
e tem algumas atrações diferentes, talvez uma cachoeira, um jardim, uma
praia, mas no final dela, o mesmo e velho caminho nos espera.
Por isso, o amor deve ter milhares de atalhos, assim como as estradas,
para que possamos fazer viagens diferentes a cada dia. Nada é pior que
uma estrada mal cuidada e sem atrativos.
Outra coisa extremamente importante, tanto no amor, como na estrada, é a
sinalização, bem clara, dos limites e regras que a viagem impõe. Ou
seja, se você não coloca bem claro as suas regras, o respeito que você
merece, e não descobre e nem respeita os mesmos limites da pessoa amada,
está claro que a sua viagem não vai muito longe.
Nas estradas, quando você excede a velocidade limite, você fica sujeito a
uma multa, seja pelo guarda ou pelo radar, ou até a um gravíssimo
acidente que pode levar a morte.
No amor, o excesso de velocidade, o desrespeito aos limites de cada um, leva à separação, a dor, a angústia e até a morte.
Assim como a estrada que liga dois lugares distantes, o amor liga dois
seres humanos, às vezes, tão opostos, tão diferentes que somente regras e
placas bem definidas podem fazer com que a viagem tenha um final feliz.
Pegue a sua estrada, digo, o seu amor e coloque ainda hoje as placas
novas de sinalização, crie atalhos, coloque umas plantas na beira do
caminho, transforme o velho em novo e com certeza, até pedágio você
poderá cobrar. O preço? Que tal um milhão de beijos apaixonados?
(Paulo Roberto Gaefke )
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