quarta-feira, 15 de junho de 2011

Envelhecer







Envelhecer bem é um grande desafio,
Estejam certos disso.
Envelhecer com descontração,
Com muita ação,
Eis a questão...

A ação mantém a saúde
Da mente que não é ausente,
Ausente de empreender,
Constante treinamento,
Que faz da dualidade corpo-coração,
Um campo de emoção!

Emoção que conserva o brilho do olhar,
Olhar da alma...
Mostrando a luz de cada ruga,
Luz nascida nos momentos vividos,
Que sulcaram a face,
Como o vento sulca a rocha...

Assume-se o decrepitar do corpo,
Alimentado pela emancipação da alma,
Vencer assim é um desafio.
Enquanto o jovem faz vibrar
O esplendor de seu florescer,
O velho deve fazer vibrar,
O esplendor de seu envelhecer...

Alimentando-se na harmonia,
Que se entrega à melodia,
Promovendo o bailado,
Em que se dinamiza a vida,
Tornando tudo intenso aos olhos,
Ao coração...
Isso é o que torna o velho alado!

Alado sim...
Na terra distribui carinho,
De encantador jeitinho,
Sorrindo das decepções,
Vendo-as como canções passadas.

Volta-se para o horizonte,
Que lhe abre novas perspectivas,
Não vistas pela criança, pelo jovem,
Mas vistas e sentidas,
Por aquele que exulta em glórias!

O envelhecer,
Oferta a beleza de um corpo decadente,
E a sublimação de uma alma ascentende.
Quem envelhece seguindo
As necessidades do eu sou,
Jamais terá vontade de dizer eu fui...
Ou eu serei...
Diz apenas
Eu sou...
Sou com você, sou com o Universo.


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