SEMPRE TIVE MUITO MEDO DE FICAR VELHA
Primeiro porque fatalmente perderia viço e a beleza fisica. Depois porque acreditava que ficaria muito frágil, senil, solitária e triste.
Eu entendia perfeitamente a angústia do meu pai, a certa altura de sua vida, diante do espelho ou de uma de suas fotos recentes. Ele abominava estar ficando velho.
Era doloroso ouvir sua revolta: “Eu estou acabado!”
Compreensiva, porém inconformada, eu dizia para mim mesma: tem de haver algum encanto na velhice.
Refletindo sobre as diversas fases da vida, fui percebendo que, assim como a juventude e a idade madura, a chamada terceira idade possui realmente a sua magia.
Viajei fundo nessa reflexão e entendi que é preciso viver intensamente cada segundo e saborear, com lucidez e atenção, cada dia, cada idade, para descobrir e buscar o que realmente pode satisfazer o nosso gosto, preencher o nosso tempo, regular a nossa vontade e abastecer a nossa alma.
Nesse ritmo, haverá sempre em nossas mentes uma prioridade saudável para compensarmos as lacunas deixadas pelas deficiências que nos assaltam ao longo da vida.
Se estivermos conscientes de nossas limitações fisicas, evítaremos os excessos, realizaremos com moderação os nossos sonhos e nos cuidaremos para conservar o corpo, aprimorar o pensamento, conhecer mais e contemplar o mundo, com os olhos vitoriosos da experiência.
E nessa fase teremos muito mais tempo para sorrir, dançar, amar e sermos amados.
A Terceira Idade não é para se viver de reminiscências, morrendo de saudades e lamentando o que se deixou de fazer.
Mas é um período para se aproveitar junto com os filhos ou netos, revivendo com eles as emoções de cada momento novo de suas vidas.
Quem souber e puder participar das conquistas e descobertas de uma criança ou um jovem, vibrando com ele pelas suas vitórias, sentirá o doce sabor de reviver momentos de sua própria vida. Esse deve ser um dos encantos.
Os outros, cabe a cada um descobrir e vivenciar.
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