sábado, 2 de abril de 2011

Ausência


A chuva não passa,
As palavras encharcam a garganta
Quem pode inventar outro mistério,
Fazer do amor, um dia sem prisão.
Engulo as minhas memórias
Faço calor no sol, colo sem previsão

A chuva não passa
Eu vivo de tantas esperas
E das urgências que me viram do avesso
A densidade me traduz em gotas
E a garganta encharcada sente o peso

Caio entre nuvens
Cinzas, raios e desassossego
Enquanto a chuva não passa
Eu reivento a espera
Me faço de solo árido
E ainda em silêncio
Me encharco da sua ausência

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