Ana Jácomo
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
“O tempo, de vento em vento
“O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de
várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a
minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no
somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de
certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se
reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite
escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças
alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos
apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece,
apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das
memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser
sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a
ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar,
florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos…”
Ana Jácomo
Ana Jácomo
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