
“O amor é sentimento único, mas não é igual. Isso o faz um monstro terrível e ao mesmo tempo desejado. Torna o homem masoquista, egoísta. É tão forte que desmascara o individualista.
Quem nesta vida pode ser tão rico sem ter um ser amado? Que delícia teriam as águas do mar se fossem insípidas? Que beleza teria a noite sem ter o céu de estrelas bordado? Que fascínio teria abrir, ao amanhecer, uma janela se o Sol não fosse dourado? E no campo a Primavera sem os apaixonados querendo flores para colher? Que suavidade há no olhar dos que não amam? Que certeza há nos corações dos que não crêem no amor? E quantas dúvidas moram, perpetuam-se nos corações dos que amam? É o doce e o sal, o amor; o veludo mais áspero que a minha mão já tocou; é a ferida que mais arde e que parece não precisar de cura, porque se ela cicatriza vem com ela a morte do amor. É preciso que doa para permanecer vivo, é preciso que lateje – não basta ser latente -, incomode, tem que ser mesmo forte, irreverente, cruel, um carrasco que castiga, causando prazer em vez de dor. Só assim pode ser amor; inquietante, barulhento, dentro da alma. Mesmo que às vezes a boca cale, o amor precisa ser uma tormenta dentro do coração. O amor vive da guerra dentro da paz que proporciona. Alimenta-se do desejo contínuo de permanecer… Indecifrável, indefinido. O amor me faz entender de amar; não de amor.
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