sábado, 2 de agosto de 2014

Antigamente é que era bom, As brincadeiras de infância que a gente inventava com os amigos, que quase nunca tinham hora para acabar, e que o tempo todo a gente inventava uma regra nova. A hora do lanche da tarde preparado com todo amor pela babá ou pela mamãe mais carinhosa, ou aquele soninho que rolava solto depois da aula. Antigamente é que era bom, Quando a gente aprendia a andar de bicicleta com o pai segurando do lado, com medo de ele sair ou tirar as rodinhas. Quando a gente esperava ansioso pela chegada do pai ou da mãe do trabalho pra ganhar aquele abraço e um sorriso gostoso. Antigamente é que era bom, Quando a gente dormia no sofá e acordava na cama sem entender como chegou ali. Antigamente é que era bom, Quando a gente chegava na escola e encontrava os amigos, ia trocar os álbuns de figurinhas ou contar as aventuras do final de semana. Ou quando a gente tinha aquele amor secreto e platônico que só as folhas dos nossos diários conheciam, ou só o nosso melhor amigo sabia. Antigamente é que era bom, A paquera, o clima de romance, as festinhas de adolescente. Antigamente é que era bom, Encontrar o namorado ou a namorada, o esposo ou a esposa e dar aquele beijo cheio de saudade, aquele abraço cheio de sentimento. Soltar aquela risada ao fim de cada frase romântica e sem jeito. Antigamente é que era bom sentar ao redor da mesa no encontro de família e dividir as histórias mais loucas de cada tio ou primo, partilhar com os outros o bolo que a vovó fazia ou rir junto dos micos que a gente tantas vezes pagou nas horas mais engraçadas. Mas veja bem: não é que sejamos saudosistas. Não é que o futuro e o presente não guardem coisas boas. A verdade é que a gente aprende a reviver e reaproveitar cada um dos sentimentos que nos marcaram e ensinaram a saborear a vida como um presente único e singular.

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