segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O ANJO DE QUATRO PATAS ( Por Frank ) Quando a idade bateu em sua porta, trouxe junto a tristeza e o abandono. Visitas, somente as testemunhas de Jeová aos domingos; o telefone só tocava por telemarketing. Estar sozinho não é fácil em nenhuma fase da vida, mas na velhice era mortal. Ele precisava de companhia, mas os parentes estavam sempre ocupados para lembrar que ele existia. Pouco a pouco, sentia a vontade de viver se esvaindo... Acreditara que não sentiria alegria nunca mais, até o dia em que um anjo de quatro patas surgiu em sua vida. Faminto, sujo, sarnento, ele tinha a perna ferida de tanto “viralatar" por aí, e olhos carentes que chamaram a sua atenção e a sua vontade de ajudar. Dizem que o amor de verdade nasce da vontade incondicional de se dedicar sem esperar nada em troca, e foi assim que o amor entre ele e o anjo nasceu. O cachorro precisava de cuidados, e ele queria cuidar. Foi só uma questão de tempo para que a casa velha desse lugar à jovialidade do querer continuar... O anjo de asas caídas agora pulava que nem criança, e o seu rabo, que antes estava perdido entre as pernas, voltou a querer tocar o céu. O velho já não sentia mais as dores no peito; o cansaço, que antes era diário, foi virando fim de mês e indo cada vez mais para longe. O anjo de quatro patas havia lhe devolvido a vida, e tudo o que ele tinha lhe oferecido foi um pouco de cuidado e um prato de comida. Em pouco tempo, o velho rejuvenesceu e o cachorro trocou a rua pela amizade do homem e, muito embora seus vizinhos o criticassem, dizendo que não era certo tratar um cachorro como se fosse gente, o velho enxergava o cão como o seu melhor amigo, um companheiro que Deus havia lhe enviado, para resgatá-lo do esquecimento humano.

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