domingo, 1 de junho de 2014

Faz de conta que o céu tá bonito, que a saudade é pequena e que a fé é muita. Faz de conta que a dor foi-se embora. Faz de conta que ama e que é amada. Faz de conta que nada mais sangra, que o sonho não acabou e que o riso é constante. Faz de conta que num piscar de olho a gente constrói o que a gente quiser. Faz de conta que o amor é tanto que corre das veias e chega a sobrar. Faz de conta que a inocência ainda existe e tá pertinho da gente. Faz de conta que as pessoas que a gente gosta apareçam em sonho. Faz de conta que o fio da vida é longo e que nele cabe a eternidade. Faz de conta que as cantigas ocupam o lugar do choro. Faz de conta que a gente consegue desatar os nós de marinheiro que a vida dá. Faz de conta que não é preciso inventar.


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