domingo, 9 de fevereiro de 2014

Certo dia, o aprendiz de um sábio, incomodado pelas agruras da vida, e não compreendido pelas pessoas ao redor, indagou com angústia no coração: - Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes, algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam. - Pois viva como as flores! advertiu o mestre. - Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo. - Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem na terra adubada com esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo mal-cheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche a brancura e a pureza de suas pétalas. É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. se não São seus, não há razão para aborrecimento.

Foto: É preciso muito equilíbrio para saber a hora
de não se levar tão a sério.

✓ Fernanda Mello

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