domingo, 5 de maio de 2013

Os corações gritam em silêncio. Ninguém os ouve. Ninguém lhes pressente a dor. Eles gritam no silêncio de um sorriso e choram sozinhos, por detrás da fachada de um "está tudo bem" de corrida. Os corações batem assim, na solidão. Na solidão de não serem ouvidos pelo mundo, de não serem ouvidos pelas pessoas do mundo. De gritarem até ficarem roucos de tanta dor e ficar apenas um silêncio magoado. Os corações são feitos de mel agre. Capazes de amar até ao infinito e de sofrer além das barreiras que o infinito comporta. Capazes de fazer isso num silêncio profundo e só seu. Ninguém venha medir-me a vida em medidas de sorriso. Porque eu sei sorrir. Sei abrir um sorriso enorme e até rir um pouco, por entre os gritos doloridos do meu coração. E, quem me conhece, pode olhar nos olhos e saber que aquele sorriso de rosto não é um sorriso de alma. Mas o coração? O coração grita em silêncio. E ninguém o ouve. Não aceito que me tratem como se eu fosse um ser sem vida, um ser sem coração. Porque existe um bater no meu peito que me promete que, independentemente de quantos sorrisos eu esboce, o coração continuará a gritar. Não sei, de olhar para alguém, quantas desgraças lhe encheram a vida. Não ouso dizer que conheço uma pessoa por olhar para ela e a ver sorrir. Há tanta coisa gritada nos silêncios do mundo e tantas lágrimas choradas na solidão... mas respeitarei sempre quem sorri. Porque um sorriso é o sinal de que se está disposto a ser forte. Um sorriso é o mais puro sinal de altruísmo. E, se ao passar pela rua, alguém me olha e sorri, eu sei que ali existe um coração, ainda que seja um coração magoado. Os corações gritam em silêncio. E eu sorrio no silêncio dos gritos do meu coração. Deixo que ele grite, que chore, que esperneie e que sofra. Deixo que ele sinta. Quem sabe se, um dia, parando para sorrir ou vendo um sorriso, esses gritos não viram música e o coração sorri em silêncio. Num silêncio onde o único grito será para dizer que sou feliz. Marina Ferraz

Foto: Os corações gritam em silêncio. Ninguém os ouve. Ninguém lhes pressente a dor. Eles gritam no silêncio de um sorriso e choram sozinhos, por detrás da fachada de um "está tudo bem" de corrida. Os corações batem assim, na solidão. Na solidão de não serem ouvidos pelo mundo, de não serem ouvidos pelas pessoas do mundo. De gritarem até ficarem roucos de tanta dor e ficar apenas um silêncio magoado.
Os corações são feitos de mel agre. Capazes de amar até ao infinito e de sofrer além das barreiras que o infinito comporta. Capazes de fazer isso num silêncio profundo e só seu.
Ninguém venha medir-me a vida em medidas de sorriso. Porque eu sei sorrir. Sei abrir um sorriso enorme e até rir um pouco, por entre os gritos doloridos do meu coração. E, quem me conhece, pode olhar nos olhos e saber que aquele sorriso de rosto não é um sorriso de alma. Mas o coração? O coração grita em silêncio. E ninguém o ouve.
Não aceito que me tratem como se eu fosse um ser sem vida, um ser sem coração. Porque existe um bater no meu peito que me promete que, independentemente de quantos sorrisos eu esboce, o coração continuará a gritar.
Não sei, de olhar para alguém, quantas desgraças lhe encheram a vida. Não ouso dizer que conheço uma pessoa por olhar para ela e a ver sorrir. Há tanta coisa gritada nos silêncios do mundo e tantas lágrimas choradas na solidão... mas respeitarei sempre quem sorri. Porque um sorriso é o sinal de que se está disposto a ser forte. Um sorriso é o mais puro sinal de altruísmo. E, se ao passar pela rua, alguém me olha e sorri, eu sei que ali existe um coração, ainda que seja um coração magoado.
Os corações gritam em silêncio. E eu sorrio no silêncio dos gritos do meu coração. Deixo que ele grite, que chore, que esperneie e que sofra. Deixo que ele sinta. Quem sabe se, um dia, parando para sorrir ou vendo um sorriso, esses gritos não viram música e o coração sorri em silêncio. Num silêncio onde o único grito será para dizer que sou feliz.

Marina Ferraz

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