sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SINTO SAUDADES Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado... Eu sinto saudades... Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser... Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro... Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser... Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu... De quem apareceu correndo, sem me conhecer direito... De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito! Daqueles que não tiveram como me dizer adeus... De gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre! Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter! Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram. Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências... Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar! Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar. Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar... sem curtir na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que não sei o que é e nem sei onde perdi... Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês... mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente Quando estamos desesperados... Para contar dinheiro... Fazer amor... Declarar sentimentos fortes... Seja lá em que lugar do mundo estejamos. Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir SAUDADE em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades... Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis! De que amamos muito o que tivemos... E lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...

Foto: Fechei os olhos, e já estou lhe abraçando. E estou também com uma frase congestionando a garganta, com uma alegria presa na estante. Ausente, morna, sem tom. Às vezes a gente só quer alguém que nos conheça profundamente, delicadamente, que entre... lento, lento, sem medo algum. Alguém que já conheça os detalhes, que acalme o nosso jeito de olhar com receios, que apare as arestas dos sonhos; alguém que seja um meio de vir, ir, voltar, parar. Alguém que aceite ficar e não construa reclamações sobre o nosso silêncio, sobre a nossa falta de sono, sobre o nosso corpo temente, medroso. Alguém que aceite o desandar dos versos e compromissos, que cancele encontros. Acho que é por (tudo) isso que você me faz tanta falta. A sua ausência provoca gostos intensos. Uma carência que dilata. E você nem imagina a intensidade desse movimento interno que me impulsiona. Você nem imagina o frescor do meu corpo comprido. Parece pequeno mas, não é. Quando você amanhecia, o meu olhar logo se acostumava com tudo. Parece bobo, mas, não é. Não havia nada de tão certo ali, entre a gente e o mundo. Eu sempre soube que nada nos esperava. A nossa história me devolveu simplificada. E eu só estou me curvando para nossa estrada. Não quero a sua palavra. Só estou abraçando a sua falta. Só estou lhe agradecendo. Não diga nada...




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