sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ajudem os Pequeninos ✿ Enquanto gorjeiam pássaros coloridos pelo espaço azul, há outros que, feridos, caídos dos ninhos, são dependentes da boa vontade de quem os encontra, ou encontrarão, ou contarão com o fardo aguçado de outros animais que lhes oferecerão perigos. Há tantas aves que chilreiam pelas campinas ou que revoam sobre os canteiros em flor, exibindo a beleza da sua plumagem e, gárrulas, dançam em plena corte. Há, por outro modo, aquelas avezitas detidas, engaioladas, limitadas, cujos matizes não se exibem nos espaços, e que não têm a liberdade de beijar o Sol ou de desfrutar dos ventos que sopram sob os anilados céus. Da mesma forma que encontramos aves livres e leves, bem como outras reclusas e limitadas, temos as crianças. Existem tantos lares-gaiolas, lares-prisões, lares-opressão, em contraste com poucos lares-canteiros, lares-bosques exuberantes, lares-céus azuis. Os primeiros são os que reprimem, que enxergam somente o lado sombrio de tudo, que mutilam o caráter, que inibem a criatividade, que maculam a pureza ou que perturbam a alma infantil, pela imperícia ou má vontade dos adultos que os manejam, enquanto que os segundos são os lares como Deus deseja para os Seus filhos recém-chegados às experiências corporais: lares que observam, que norteiam, que corrigem, que cooperam para o acerto, que incentivam o bem, que valorizam as conquistas felizes, que deixam crescer os pequenos, enfim. Há crianças que esperam que algum amigo ou vizinho possa resgatá-las dos tentáculos dos seus próprios ninhos, que as devoram, aos poucos; há outras, porém, aflitas diante da perspectiva ou da atuação da violência, ansiosas, neurotizadas. Outras mais, deprimidas em face do abandono a que são relegadas, esperam, desesperançadas o que o amanhã lhes propiciará. Pensemos nesses pequeninos, como pensamos em nossos pássaros, em nossas aves que correm risco de extinção, e trataremos de presenteá-los com a contribuição do acompanhamento maduro e afetuoso da assistência escolar, da formação moral nobre e segura, das horas de ludicidade construtiva, a fim de que os auxiliemos a superar a infância difícil, a meninice em perigo, tal como costumam encontrar ao chegar à Terra. Será muito importante evitar atulhar a mente infantil com os produtos da perturbação comum aos adultos, seja a torpeza do palavreado desvairado e obsceno, seja do noticiário criminoso e amedrontador. Que lhe poupemos do excesso de atividades que não lhe dêem chance de vivenciar a sua infância. Para a criança deverá haver hora para tudo, para a escola e para o brinquedo, para o alimento e para o sono, para a festa e a vivencia consigo mesma, sem que uma atividade não comprometa a outra, e para que ela aprenda a coordenar seu tempo, a disciplinar-se, forjado os dias de harmonia e de maturidade para os caminhos futuros. Com Jesus, a nossa criança estará amparada, instruída e aconchegada, se nos dispusermos a dar-lhe o ninho dos nossos próprios braços e dos nossos corações, aprumado nas ramagens da nossa lúcida inteligência, como faria o Divino Mestre, que rogou para que ninguém impedisse de chegar até Ele os pequeninos.


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